Se você chegou a este texto pesquisando sobre a relação entre a série Stranger Things e Big Data, certamente já verificou que muitos sites e blogs estão confabulando acerca dessa associação. Sobre isso, temos dois fatos. O primeiro é que a Netflix¹, produtora do programa, jamais confirmou que a atração seja fruto de uma coleta de dados. Por enquanto, tal constatação não é mais que mera especulação. No entanto, há o segundo fato: a empresa norte-americana de streaming realmente utiliza dados para melhorar suas estratégias. E se a sua ideia é entender de que forma a mesma lógica pode ser utilizada nos seus negócios, sejam quais forem, este é o texto certo.
Primeiramente, temos de contextualizar — claro, sem spoilers. Stranger Things é uma série de suspense que se passa nos anos 1980 e trata do desaparecimento de um menino, integrante de um grupo de quatro amigos, que passam a procurá-lo depois do ocorrido. O sumiço do personagem está envolto em uma série de mistérios que envolvem o desaparecimento de outros, o aparecimento de uma menina com poderes psíquicos e que diz saber do paradeiro do garoto perdido, além de sinais sobrenaturais.
Esse enredo acontece a partir de um roteiro que mistura várias referências a clássicos de 1980 e 1990, como ET, Alien, Carrie, Contatos Imediatos de Terceiro Grau, Os Goonies, Poltergeist, Conta Comigo, entre outros filmes sensação deste período. Além disso, há menções a O Senhor dos Anéis e Star Wars, sagas que eram expressivas na cultura popular da época e permanecem até hoje. Ou seja, uma salada de citações a histórias que moram no coração e na mente de pessoas que nasceram nessas duas décadas. Como consequência, Stranger Things alimenta um sentimento poderoso em seu público-alvo: a nostalgia.
Conclusões sobre a preferência do público não são achismos
Sabendo de tudo isso você talvez possa estar pensando que a Netflix é muito boa em perceber o sentimento das pessoas. A resposta pode ser encontrada na fala de um personagem de outra produção da empresa, Frank Underwood, da série House Of Cards: “Decisões baseadas em emoções não são decisões”. Quer dizer, eles não estão percebendo os sentimentos dos espectadores. O trabalho é consequência da análise de dados. E são eles, os dados, que fazem toda essa engrenagem funcionar.
Por isso, qualquer conclusão a respeito do seu público, das necessidades dele e das preferências que ele tem, precisa ser consequência de um levantamento estatístico, comprovado em números e análises. É errado acreditar que o comportamento de um grupo pequeno de clientes pode servir de referência para o todo. Também não é recomendável fazer um recorte muito particular sobre a recepção de determinada ação, serviço prestado ou produto vendido e usá-lo como norma. O ideal é reunir o máximo de dados possíveis, cruzá-los, confrontá-los e, assim, verificar os fatos a partir de um ponto de vista mais próximo da realidade. É aí que Stranger Things e Big Data estreitam relação.
A importância do Big Data para a precisão das informações
A internet oferece imensas possibilidades de coleta de dados. O Google Analytics² e os relatórios do Facebook³ são só alguns exemplos de ferramentas simples e gratuitas que estão à disposição de qualquer pessoa ou empresa para verificar com mais exatidão o comportamento do seu público-alvo.
Fazer qualquer levantamento via tabelas de Excel, com preenchimento manual, uso de fichas ou outra forma artesanal pode resultar no mesmo problema de recorrer ao achismo: a imprecisão. Por isso o Big Data é importante. Ele é a única forma de observar o comportamento, as preferências e as necessidades de um grande grupo de pessoas e descobrir o perfil delas. Ou seja, com essa ferramenta, você recepciona tudo e só depois faz uma análise bem precisa, separando as informações que são do seu interesse.
É o que a Netflix faz. Ela não busca saber o que pensam apenas os fãs da cultura pop. A reunião de dados feita pela empresa considera, inclusive (e isso é um exemplo), a opinião de brasileiros interessados em filmes cult alemães. Percebeu a especificidade? Quem tem esse gosto está fornecendo dados ao mesmo tempo que as pessoas fãs de heróis da Marvel, uma categoria mais popular. Saber interpretar essa variedade de público e de que maneira é possível atender a todos de forma satisfatória e lucrativa é uma possibilidade muito rica que só o Big Data pode oferecer.
É por causa disso que muitas produções da empresa de streaming tem tantas misturas. House Of Cards, que já citamos, é uma receita com a preferência constatada pelo trabalho do ator Kevin Spacey, do diretor David Fincher e da versão original britânica da série. Então quando lançaram a primeira temporada (tudo de uma vez, outra estratégia fruto de análise de dados sobre o comportamento das pessoas de assistirem em maratona), eles já sabiam que a atração seria um sucesso.
Sozinhos, Stranger Things e Big Data não fazem nada
O levantamento de informações é uma parte bem importante para a definição das estratégias, é verdade. Mas você não pode deixar a sua empresa investir pesado nessa ferramenta e achar que isso basta por si só. Alguns pontos fundamentais do modus operandi da Netflix são o atendimento, as opções variadas de pagamento (e a facilidade de migrar a forma de débito), a experimentação (novos clientes têm acesso a um mês grátis para conhecer a plataforma), a experiência de navegação, a mobilidade, o desenvolvimento de novos produtos, a atualização constante do catálogo e uma boa estratégia de comunicação.
Essa lista de vantagens, no entanto, não é uma propaganda da Netflix. É apenas um conjunto de ações capazes de conduzir qualquer empresa ao sucesso — e inclusive, como você pôde verificar, são pautas recorrentes aqui do nosso blog. Nessa história, o Big Data entra como fonte de informações para encaminhar as estratégias do modo mais correto. Entretanto, como dissemos, é preciso ter iniciativas para além da coleta de dados. São elas que farão a diferença.
Estabelecer uma rotina de marketing de conteúdo, qualificar e apresentar corretamente o seu portfólio, atentar-se ao atendimento aos seus clientes e as outras ações, práticas comuns da empresa norte-americana, são elementos cruciais e possíveis de serem aplicados em toda empresa. Não precisa de mágica e não é exclusivo de determinado ramo de atuação. O importante é compreender a relevância dessas ações e adotá-las no dia a dia.
Se quiser saber mais sobre atitudes certeiras para transformar o seu negócio em um case de sucesso, fique atento ao nosso blog. E se surgir alguma dúvida a respeito desse assunto, comente abaixo! Estamos prontos para ouvir e ajudar você!
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