Muitas organizações podem estar se perguntando sobre qual a melhor maneira de inovar. Henry Chesbrough tem uma dica: “Foi a prática cotidiana que me mostrou o caminho”. Chesbrough é Ph.D. em administração de empresas pela Universidade da Califórnia em Berkeley e foi quem criou o conceito “Open Innovation”, ou “Inovação Aberta”. Em seu livro “Open Innovation: The New Imperative for Creating and Profiting from Technology”, Chesbrough trata de algo que faz parte do cotidiano de todas as organizações: conhecimento.
O motivo das empresas investirem tanto na área de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) é a busca por inovação. Em um modelo de “close innovation”, a origem e o desenvolvimento dessa inovação é exclusivamente interna. Já o conceito de “Open Innovation” se baseia na utilização de caminhos internos ou externos para avançar no desenvolvimento de novas ideias e tecnologias.
A grande sacada do modelo de inovação aberta é que ele facilita a inserção de novas tecnologias no mercado, já que estas foram alinhadas com os desejos do público consumidor, que participa do processo de desenvolvimento do projeto. “A pesquisa está encarecendo, o ciclo de produtos está encurtando e é preciso trabalhar duro para recuperar o investimento. Ser mais aberto permite não só poupar dinheiro, mas também tempo e, além disso, compartilhar riscos”, ressalta Chesbrough.
Open innovation tem ligação com os conceitos de inteligência coletiva, crowdlearning e de crowdsourcing, sobre os quais já tratamos em outro post aqui no blog. Estamos na era das mídias sociais, do compartilhamento, da interatividade e da colaboração conjunta. Todo esse movimento tem reflexo na forma de gestão das diferentes instituições. Alinhar seus produtos e serviços às necessidades do cliente não é um objetivo novo nas empresas. A novidade são as imensas possibilidades de comunicação que surgem a cada dia para que as organizações conheçam cada vez melhor quem são, o que dizem e o que querem as pessoas que formam seu público consumidor.
Open innovation na prática
No Brasil, entre os destaques de inovação aberta está o projeto colaborativo da Fiat, o Fiat Mio. A montadora economizou milhões de reais em pesquisas, com os consumidores atuando na concepção de um novo carro. A partir de um site, as pessoas puderam dar depoimentos do que queriam neste veículo e como imaginavam o carro do futuro.
O conceito de open innovation vai além dos laboratórios de P&D. Ele alcançou as plataformas de comunicação social. Um exemplo é a rede Polisofía, que convida empresas, governos e ONGs a encontrar e compartilhar soluções inovadoras.
E se você pudesse dar ideias de como fazer um mundo melhor? Essa foi a proposta do projeto Open Planet Ideas, uma parceria entre a Sony e a WWF. O projeto convidava as pessoas a darem sugestões de como a tecnologia poderia colaborar para um mundo melhor. O resultado foi a criação de um aplicativo social, que auxilia os usuários a encontrarem iniciativas de voluntariado e a compartilhá-las, inspirando outras.
Se você conhece algum projeto de open innovation, compartilhe conosco.