Nos primórdios da internet, o barulhinho da internet discada era inevitável para que os usuários pudessem se conectar a rede mundial de computadores. Nada automático, wireless e prático como atualmente. Nesse vídeo do Google Fiber dá pra ter uma ideia de como o tráfego da web era no início e como é atualmente.
https://youtu.be/ffHLIZh0PHg
Com o aumento da velocidade veio a expansão de possibilidades. A web cresceu e estamos nos aproveitando de suas funcionalidades cada vez mais, e queremos isso cada vez mais rápido. Em apenas um dia na internet 294 bilhões de e-mails são enviados, 172 milhões de pessoas visitam o Facebook e 532 milhões de status são atualizados nessa rede. Além disso, em 24 horas são realizados uploads de 250 milhões de fotos na web, o YouTube ganha novas 864 mil horas de vídeos e 2 milhões de posts como este são atualizados em blogs do mundo inteiro. Agora, que tal multiplicar isso por uma semana, por um mês ou por um ano? O número de dados que roda na internet é tamanho que não é de se espantar que a rede precise se adaptar constantemente para dar conta da velocidade com que as ferramentas multimídia evoluem.
O código em sua quinta versão
Quando, no final dos anos 80, Tim Berners-Lee criou a World Wide Web, criou um código para classificar e vincular as páginas. Você já deve ter ouvido falar no HyperText Markup Language — o tal do HTML. O código é um sistema utilizado para estruturar documentos, apresentá-los corretamente e conectá-los uns aos outros. Cerca de 10 anos depois, o próprio Berners-Lee previu que o HTML não daria conta de toda a complexidade que estava surgindo na rede. O áudio, o vídeo, a animação e outros elementos multimídia começaram a ser criados como aplicativos (apps), pois a linguagem básica em HTML (a linguagem-padrão que deu vida à web) ficou atrasada no que se refere a funcionalidades. Essa deficiência forçou os usuários a baixar plug-ins para que seus navegadores pudessem interpretar a informação e os sites se tornaram lentos e complicados.
Berners-Lee, dirigente do Wide Web Consortium (W3C), organização que promove os padrões da internet, recomendou o desenvolvimento de uma nova linguagem de marcação. O objetivo é que esse código fosse capaz de gerir a transferência de dados entre os sites e os computadores dos usuários de maneira mais eficiente. O W3C decidiu então deixar de atualizar o HTML e surgiu o XHTML. Mas não deu certo, porque o XHTML não era totalmente compatível com o que tinha sido feito no velho padrão e, pior, era intolerante a falhas.
Em uma conferência em 2004, representantes do W3C e dos fabricantes de navegadores chegaram a um consenso de que era preciso renovar o HTML, deixando de lado o XHTML. Assim nasceu o HTML5, batizado com esse nome por ser a quinta grande versão do dicionário HTML.
Clique na figura abaixo para conferir a trajetória do HTML5:
A principal mudança com o HTML5 refere-se à criação de padrões entre os diversos navegadores utilizados. As funcionalidades que antes precisavam de plug-ins, tais como vídeos e animações, agora podem ser identificadas a partir do código, sem a necessidade de instalar nada. Essa padronização vai facilitar e impulsionar também a web móvel. Se a instalação de plug-ins em PC’s já dificulta a navegação, imagine em dispositivos menores. Por isso, as funcionalidades via código são vantajosas para o desenvolvimento nesse segmento. Pesquisas apontam que até 2013 haverá 1 bilhão de telefones com capacidade HTML5 vendidos no mundo.
Outra mudança importante com o HTML5 está na forma de armazenar os dados na máquina do usuário, sem que eles tenham de ser guardados no servidor web. Dessa forma, facilita a criação de novas aplicações on-line que funcionam enquanto o usuário está desconectado e depois são sincronizadas via internet.
O HTML5 ainda não foi completamente implantado. Se você é desenvolvedor, pode acompanhar no site do W3C as atualizações das especificações desta versão. Veja no vídeo a seguir algumas aplicações do HTML5:
De modo geral, a padronização da internet é o caminho para o próximo passo da internet: a web semântica ou web 3.0. Nela, o conteúdo é supervalorizado e dados isolados são transformados em informações que geram um amplo conhecimento. A utilização de códigos padrões facilitará a conexão entre esses dados para que a web possa interpretá-los e dar significado ao montante de informações existentes na rede. Confira o que o próprio Tim Berners-Lee tem a dizer sobre o assunto:
[Caso não visualize o vídeo abaixo — que está em flash, um plug-in prestes a ser eliminado com o HTML5 — clique aqui.] Tópicos: