Dedicação, força e superação são algumas das características que facilmente podemos ligar aos atletas e são ressaltadas em competições, principalmente quando nos referimos às Olimpíadas. Mas um bom resultado não depende apenas desses elementos. É preciso contar com experiência, inovação e uma boa análise de dados para o constante aperfeiçoamento das técnicas e do desempenho. Dessa forma, a aplicação da gestão do conhecimento no esporte é um importante diferencial para os profissionais da área.
Em outros textos, explicamos como administrar o conhecimento de uma empresa é o caminho mais rápido e eficaz para o processo inovador e o desenvolvimento empresarial. Quando falamos em esporte, o mesmo princípio é utilizado. O objetivo é unificar dados históricos, acadêmicos, administrativos, políticos e legislativos para que sejam direcionados estrategicamente para os diferentes consumidores. Isso inclui gestores, pesquisadores, treinadores, atletas, mídia e público em geral.
Uma equipe pode, então, ser comparada a uma empresa que direciona todas informações às quais têm acesso para a obtenção de melhores resultados. Nesse sentido, a gestão do conhecimento no esporte reúne tanto o conhecimento pessoal de cada indivíduo envolvido com o processo (tácito) quanto o conhecimento formal (explícito). Vamos explicar melhor.
Os conhecimentos tácito e explícito
O conhecimento tácito refere-se ao know-how que uma pessoa adquire após ficar imersa em uma atividade durante certo período. Em outras palavras, corresponde à experiência e às habilidades desenvolvidas por meio de ações, por isso, não está codificada, tornando sua divulgação mais difícil. Para compreender melhor, pense em toda a experiência adquirida por um atleta e seu técnico ao longo da carreira. Ela permite dominar detalhes que não necessariamente são conhecidos pelos oponentes, podendo significar uma vantagem competitiva importante.
Paralelamente, temos o conhecimento explícito, caracterizado por ser expresso em leis, regras e fórmulas. Ele está presente em livros, manuais ou qualquer material educativo, de modo que pode ser facilmente transmitido. Podemos compará-lo às teorias dos esportes, que são uma forma de oficializar determinado conhecimento. Por exemplo, quando pensamos em uma Olimpíada, todos os competidores de uma modalidade têm um conhecimento-base que fundamenta as ações durante a competição.
Assim, podemos dizer que o conhecimento explícito é a base, enquanto o tácito é o diferencial, pois o complementa. É a interação entre eles que permite o desenvolvimento de métodos particulares de trabalho, diferenciando-os dos demais. Mas você sabe como isso é possível? De acordo com os pioneiros nos estudos da gestão do conhecimento, os japoneses Nonaka e Takeuchi, existem quatro processos de criação do conhecimento:
- Socialização: o conhecimento tácito se transforma em um novo conhecimento tácito. A partir da interação entre indivíduos existe uma troca de habilidades, experiências, ideias e percepções. Isso não acontece necessariamente por meio de linguagem, podendo ser aprendida com a observação, a prática e a imitação. É o que acontece com o estagiário e o orientador.
- Externalização: o conhecimento tácito é transformado em conhecimento explícito. Em outras palavras, as habilidades de um indivíduo tornam-se articuladas e transmissíveis, o que é importante para fazer com que certas informações ganhem maior proporção. Assim, o conhecimento tácito é expressado por meio de uma linguagem escrita ou alguma representação.
- Combinação: o conhecimento explícito é convertido em outro conhecimento explícito. Deste modo, dois deles são combinados, dando origem a um novo. Este processo pode acontecer em processos simples do dia a dia, como a troca de ideias por e-mail, reuniões, documentos e mesmo em conversas informais.
- Internalização: por fim, o conhecimento explícito é transformado em tácito. Isso significa que as informações presentes nos mais diversos tipos de documentos são interpretadas, passando a influenciar diretamente a cultura e a rotina das pessoas.
Cada item descrito corresponde a uma etapa da Espiral do Conhecimento, que representa, de modo geral, o constante aperfeiçoamento do conhecimento. Voltando para a realidade esportiva, podemos inserir esse conceito da seguinte forma:
Um técnico de natação passa toda sua experiência e habilidade para os atletas (socialização). Vendo os resultados positivos, ele publica materiais indicando esse know-how, com o objetivo de fazer com que mais pessoas sejam beneficiadas (externalização). Com o tempo, esse treinador contrata um novo assistente e, durante uma reunião, elaboraram juntos estratégias a partir da troca de experiência dos dois profissionais, registrando tudo em um documento (combinação). Essa estratégia é, então, colocada em prática nos treinamentos (internalização).
Aplicações da gestão do conhecimento no esporte
Um dos requisitos para que a gestão do conhecimento no esporte tenha espaço é incentivar o diálogo entre atletas, treinadores, médicos, fisioterapeutas e demais especialistas envolvidos, promovendo um ambiente em que todos estejam conectados e que estimule o compartilhamento de ideias. Isso é fundamental para que os objetivos sejam alcançados, pois a troca de experiência é inerente a todo o processo, desde o planejamento de treinos e competições até a montagem da infraestrutura de treinamento. É essencial para o esporte poder contar uma equipe multidisciplinar.
A proposta da gestão do conhecimento é exatamente administrar de forma eficiente as informações geradas em todas essas áreas, possibilitando a interação entre elas e, consequentemente, a produção de novos conhecimentos. Nesse sentido, não se trata apenas de compartilhar essas informações, mas de assegurar que elas sejam compreendidas e assimiladas corretamente. Caso não tenham um sentido para os receptores, a finalidade dessa disciplina não é alcançada.
Outro direcionamento essencial é a análise de dados estatísticos, visando direcionar a comissão técnica, os atletas e os gestores para diversas atividades, como contratações, controle de treinamento e elaboração de estratégias de jogo. Esses dados permitem conhecer melhor os adversários e a própria equipe, proporcionando uma importante vantagem nas competições.
Fazer a gestão do conhecimento no esporte é apenas uma das formas de se beneficiar com essa disciplina. Ela pode ser aplicada nas mais diferentes áreas, garantindo que os processos sejam constantemente aperfeiçoados e as equipes, sejam esportivas, sejam corporativas, destaquem-se em suas áreas. Por isso, não perca mais tempo e procure uma empresa especializada para aplicar também no seu negócio. Entre em contato conosco, pois podemos ajudá-lo.