Ao longo dos séculos, com as diversas descobertas tecnológicas e o surgimento da indústria, que passou a produzir em grandes escalas, os recursos físicos e materiais eram tidos como os maiores patrimônios das organizações. No entanto, com a globalização e a chegada da sociedade à era da informação surgiu a necessidade de valorizar as pessoas e suas potencialidades, o que deu origem ao conceito de capital intelectual, que tornou-se o principal ativo. Mas esse recurso ainda precisava ser organizado e, assim, nasceu a gestão do conhecimento.
Na prática do cotidiano das empresas, a grande transformação foi na visão que os gestores tinham do conhecimento. Antes dessa mudança de paradigma no mundo corporativo, enxergava-se como um bem apenas o que era produzido pela força de trabalho, a matéria-prima, o maquinário, as instalações e os outros aspectos tangíveis. O avanço tecnológico era o que mais importava e precisava ser resguardado.
Porém, com a chegada do conceito de capital intelectual, isso foi revisto. As empresas perceberam que seu recurso mais importante era o conhecimento, ou seja, um bem intangível, difícil de ser mensurado economicamente.
O capital intelectual representa a soma do conhecimento de todos os colaboradores. Ele nasce entre os capitais humano, o capital estrutural e o capital clientes, além do capital inovação, o capital processo e o capital digital. Tudo isso pode ser encontrado nos indivíduos, como conhecimento adicional, quando há um compartilhamento de ideias.
O valor agregado da gestão do conhecimento
Entender a importância de todo o conhecimento gerado na empresa e usá-lo de forma estratégica é fator essencial que pode agregar valor ao produto ou serviço e gerar vantagem competitiva para o negócio. Se antes a preocupação era fabricar e os produtos saíam muito parecidos uns com os outros, hoje o público está mais exigente e há uma preocupação em fazer diferente.
Para deixar mais claro, vamos usar o exemplo de duas fabricantes de refrigeradores, que, de certo modo, são concorrentes no mercado de linha branca. Uma das fábricas faz apenas o básico, um produto normal, que cumpre com a função, mas não possui um atrativo. Esse é o caso de quem utiliza o conhecimento de seus colaboradores no nível mais raso possível, sem explorar todo o potencial existente. As pessoas sabem fazer melhor, contam com a habilidade e as informações necessárias para colocar algo a mais no mercado, porém os gestores pouco se importam com isso.
Por outro lado, a concorrente faz o básico também, pois isso é importante, mas vai além. Essa empresa identificou o valor do capital humano e intelectual que tem na sua equipe e compreendeu a importância de utilizar esse recurso intangível. Assim, investe no desenvolvimento de produtos diferenciados, com componentes que agregam valor de diferentes formas. Por mês, essa organização lança um modelo novo de refrigerador.
Como podemos ver, o uso do conhecimento de forma estratégica é essencial, ainda mais em um mercado tão competitivo como é o atual. A segunda empresa leva uma grande vantagem sobre a primeira. Ambas possuem capacidade para oferecer um refrigerador inovador para os clientes, mas só uma delas faz isso de forma inteligente. Entretanto, isso não serve apenas para a indústria.
No setor de serviços essa lógica também se encaixa. Um loja pode, por exemplo, levar em consideração o conhecimento de seus vendedores para montar as estratégias de venda. Afinal, os funcionários estão no dia a dia lidando com clientes, conhecem seus comportamentos de compra, perfis e as melhores abordagens. Eles possuem informações que ampliam os resultados, mas que servem também para treinar novos colaboradores.
Também é possível aproveitar o conhecimento dos vendedores em relação aos produtos. Se uma loja de materiais de construção tem no quadro de funcionários alguém que já trabalhou com encanamentos, por exemplo, pode alocar essa pessoa no departamento de tubos e conexões. Ela terá argumentos melhores e terá condições de indicar as opções mais adequadas para os consumidores. A consequência disso é o resultado financeiro, além do ganho de imagem. Os clientes passarão a confiar em seu estabelecimento.
Do mesmo jeito, uma assistência técnica pode usar o capital intelectual dos funcionários ou mesmo de todo o conhecimento da empresa. Possuir um histórico de reclamações ou defeitos mais comuns ajuda o gestor a saber onde ele precisa ter maior especialidade e concentrar mais esforços.
A proteção do conhecimento
Uma prova da real importância do conhecimento é a preocupação em proteger as informações. Isso é mais forte na indústria, com uma prevenção cada vez maior contra espionagem, pois há a percepção de que o conhecimento gerado ali dentro é um ativo, uma propriedade que deve ser preservada. Resguardado, torna-se vantagem competitiva. Nas mãos do concorrente, vira prejuízo e dor de cabeça.
A importância de aplicar as melhores práticas de gestão do conhecimento
No começo do texto, mencionamos que organizar esse capital intelectual presente das empresas é a função da gestão conhecimento. Voltamos a isso porque é algo que precisa ser reforçado. Para que as informações possam ser transformadas em vantagem para o negócio é essencial encontrar a melhor forma de absorver e administrar esse importante ativo da organização.
A gestão do conhecimento nada mais é do que um processo que identifica, cria, renova e aplica o conhecimento, tornando-o estratégico em uma companhia. Para isso, existe um conjunto de metodologias e tecnologias que que possuem o objetivo de desenvolver condições para que essas informações possam ser aproveitadas.
Está clara a importância desses conceitos? Caso tenha alguma dúvida ou queira organizar melhor as ideias, continue a conversa nos comentários! Gostamos de debates e estamos à disposição para ajudar.