Navegando pela rede em busca de textos comemorativos aos dez anos do Facebook, nota-se a diferença de tom em relação aos dez anos de outra rede social, que comentamos por aqui dias atrás, o Orkut. No primeiro, o discurso adotado é mais burocrático, afinal, hoje o Facebook é mais que uma rede de relacionamentos (sua ideia original): tornou-se um negócio bilionário, não somente por causa da empresa Facebook em si, mas pelos milhões de negócios que são divulgados, apresentados, fechados ou apenas tornados públicos pelos outros milhões de perfis de empresas, artistas e prestadores de serviços existentes. Além, é claro, dos anúncios.
No Orkut, pelo contrário, o tom era de nostalgia. Não só neste blog, mas na maioria dos sites. E isso não só porque a rede social do Google foi uma das maiores portas de entrada dos brasileiros na internet, mas também porque o conteúdo armazenado por lá retrata com vastidão a amplitude cultural do nosso país, segundo especialistas.
Mas voltando ao Facebook, é inegável citar a importância da rede de Mark Zuckerberg, por exemplo, na popularização dos acessos móveis, com a versão do site em um aplicativo para iPhone em 2008. A valorização das imagens na rede também ganhou espaço com a ajuda do Facebook, demonstrada tanto no crescente espaço para fotos na própria rede social, quanto pelo acordo bilionário que resultou na compra do Instagram em 2012.
Aplicativos conectados ao Facebook viraram febres mundiais e impulsionaram a criação de apps e jogos para a rede social e também para dispositivos móveis. Assim ocorreu com o Farmville, em 2009 (o primeiro game de sucesso) e o Candy Crush, mais recentemente (em 2012).
Ainda que, como já dito, o Facebook tenha uma conotação muito mais burocrática e menos emocional, ele é, sim, capaz de despertar e motivar uma imensa variedade de sentimentos. Prova disso foram as manifestações de julho do ano passado no país, o humor dos memes que se espalham pelas redes, os debates acalorados sobre os mais diversos temas discutidos nas páginas e grupos da rede social: tudo isso registrado na linha do tempo de cada um dos 1,19 bilhão de usuários ativos no site. História individuais que o Facebook transformou em vídeo, onde cada cadastrado pode ver os fatos mais marcantes em sua trajetória na página.
https://youtu.be/AWoBAjovHT4
Controvérsias fazem parte
Mas além dos números, cifras e emoções, o Facebook é marcado pelas polêmicas e controvérsias ao longo da sua história. Não só por causa dos posts, mas também das próprias decisões e ações envolvendo a rede social.
Logo no começo, a ideia do site foi acusada de ser um plágio da concepção dos irmãos Winklevoss, o que garantiu aos dois US$ 20 milhões, mais US$ 45 milhões em ações da empresa. Além disso, logo no surgimento do site, os idealizadores foram duramente criticados por desenvolverem uma rede para avaliar os atributos físicos das pessoas (especialmente as mulheres da Universidade de Harvard, onde foi criado).
Os termos de serviço do Facebook são constantemente criticados por usuários. A falta de privacidade também é uma preocupação mundial, o que já gerou até debates políticos no Brasil, fazendo o governo federal pedir agilidade na aprovação do marco civil da internet.
As alterações no layout da página também nem sempre foram bem aceitas. A linha do tempo, por exemplo, teve certa resistência dos usuários, até tornar-se obrigatória em 2012, inclusive para empresas. Teve até popstar fazendo lyric vídeo para motivar a adesão ao novo formato.
Amor & ódio
Mesmo com todas as críticas, o Facebook continua sendo a maior e mais poderosa rede social do planeta desde 2008, quando ultrapassou o MySpace. No ano passado, o site teve uma receita de US$ 7,87 bilhões: 55% a mais que em 2012. Isso só é possível em um portal onde a média mensal de permanência beira às 9 horas, cujos dados armazenados ocupam mais de 300 petabytes e mesmo em um país bloqueado, como a China, a quantidade de usuários chega a 87 milhões.
Diante de dados tão expressivos, é impossível não admitir que o Facebook é A Rede Social.
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